sábado, 6 de agosto de 2011

O Código Aberto Conhecido como Cristianismo (8)

Post nº 8 da série homônima do blogger Volney Faustini.

O cristão nesta perspectiva é tudo menos o tipo domesticado. Ele é radical, selvagem, livre e gonzo. Essa é a perspectiva do Cristianismo Código Aberto.
A grande perda que a igreja promoveu nos últimos tempos (pode ter alcançado mais de um século), foi a da figura coadjuvante do cristão. Isso sem antes, ter perdido Jesus em seu papel principal.
Em seu intento de prender e engessar o novo convertido em maneirismos, ritos e liturgias (eclesiásticas ou não), a igreja foi despindo-o do essencial e enfatizando o periférico. Com um receituário comportamental, foi moldando o sujeito à imagem de seus pares mais antigos. Prestando atenção nos efeitos finais de seu comportamento (o que falo, como falo, o que visto, o que faço ...) a igreja abandonou de vez a própria Bíblia, a Jesus como figura central e inspiradora, colocando em seus membros a responsa última de construir uma cultura totalmente desligada da realidade e da relevância diante de Deus e dos homens.
A leitura da Palavra é feita utilizando-se de hábeis filtros, com esquemas de parcialidade e interessadamente debaixo de uma agenda que perpetua a tradição acima da essência, a letra acima do espirito. O uso e a leitura da Bíblia tem sido perniciosamente enviesada. As escolhas são cuidadosamente pinçadas com cirurgias milimétricas. Manobras, contorcionismos, malabarismos ... tudo para desviar do Principal e se ater ao secundário e terciário. Isso quando nos deparamos com a melhor das situações!
Qual dentre nós consegue ler Mateus 23 sem se identificar com a situação presente?
Confesso que pessoalmente tenho sido complascente e conivente com o status quo da liderança e do denominacionalismo – e por consequente do institucionalismo – promovendo direta e indiretamente o farisaismo tanto condenado por Cristo. E contribuido no passado com a manutenção de uma religião debaixo da cultura da igreja e distante do Reino de Deus!
Prometemos uma coisa e entregamos outra! "Venha como você está" dizemos ao evangelizado, para em seguida dar-lhe um fardo que nós mesmos não conseguimos nem carregar nem suportar!
Desde quando seguir a Cristo é o mesmo que ser um bom membro de igreja? Desde quando a atividade eclesiástica substitui a vitalidade espiritual? Desde quando a gorda e imóvel cultura do clube igreja consegue atender as demandas por compaixão, de servir a comunidade, de cuidar dos pobres e de promover a justiça?
Há que se resgatar nossos irmãos - presos à religião de código fechado – que mata a vida, elimina a transformação pessoal que vem com o Espirito Santo, e extingue qualquer sombra da glória de Deus. Há sim, que promover o próprio Cristianismo Código Aberto, que trata do filho pródigo que retorna em celebração, alegria e liberdade. Há que se promover o cristão gonzo – liberto e genuíno, verdadeiro e vivo.
Não sei que passos tomar, que caminho prático seguir – mas sei os que definitivamente não trilharei.

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