sábado, 6 de agosto de 2011

O Código Aberto Conhecido como Cristianismo (3)

Post nº 3 da série homônima do blogger Volney Faustini.

Tudo começou em Jesus. João, Pedro e Paulo e mais uns poucos - entre discípulos e new comers deram continuidade ao grande projeto concebido por Deus. A salvação do mundo, o cumprimento da grande comissão, a evangelização até os confins da terra, o indo ...

O cristianismo - que só mais tarde ganhou esse brand, com direito a peixinho e cruz em sua logotipia, deveria carregar em seu bojo a característica sempre revolucionária do código aberto.

O mistério (segrêdo) que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia se manifestou aos seus santos; (parentesis nosso) Colossenses 1:26

Era algo que parecia estar fadado ao exclusivismo judaico. No entanto arrebentava os muros de separação e do preconceito, para alcançar toda e qualquer criatura. Judeu e gentio!

aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória; Colossenses 1:27
A segunda Diáspora
Os acontecimentos do primeiro século da era Cristã se desencadearam num consequente efeito global para o Evangelho. Não somente as viagens missionárias de Paulo levaram a mensagem de salvação aos diferentes rincões da civilização, como convertidos judeus eram as sementes da multiplicação do Evangelho.

Na África Oriental, vemos a atuação do eunuco etíope - um convertido sem nome que após ter sido batizado retorna ao seu país cheio de júbilo. É possível (e aqui estou especulando) que seu nome tenha sido preservado para permitir que os esforços evangelísticos no palácio da Rainha e depois na Etiópia em geral, não fossem frustrados. Era a insubordinação em curso, 'pervertendo' a ordem reinante.

O Cristianismo Código Aberto ganha em seus recém convertidos, imediatamente fortalecidos pelo Espírito Santo, um impulso avassalador de adesões e entusiasmo - provavelmente nunca antes percebido em qualquer outro movimento social, e com uma relevância a toda a prova: a forma organizada de se apoiar e sustentar os mais pobres e menos favorecidos. Ou seja, apesar de subvertidos, dão a volta por cima e fazem o que nem Estado, Governo ou Imperador conseguem realizar.

Mesmo na controvérsia judaizante acerca dos convertidos gentios, há uma liberação de autonomia visando preservar-lhes o que na essência eram por não serem iguais (não-judeus). Ao enfatizar o que deviam abandonar como procedimento - os quatro rituais pagãos - ligados à uma religião código fechado (que acabavam de abandonar), lhes era franqueada liberdade. Aos irmãos mais velhos, a ordem era para que parassem de pertubar e transtornar a alma desses irmãozinhos (Atos 15:24). Em Paulo e Barnabé a mensagem do Código Aberto é selada e enviada a Antioquia, Síria e Cílicia.

Babel Teológica
Já nos primeiros séculos, a falta de alinhamento em questões doutrinárias acabam trazendo divisões e cisões entre os irmãos. Mas há nesse retrocesso, um outro lado da moeda que é a própria multiplicação de convertidos e o crescimento da cristandade. Mesmo quando se olha com cuidado as diferentes ordens religiosas - promulgadas desde o início dos relatos históricos da igreja, vemos dezenas de iniciativas. Homens e mulheres se esforçando em suas vocações de maneira autônoma e independente.

Se - conforme o relato em Gênesis, na Babel das diferentes línguas, o povo se dispersa e abandona a construção da torre, aqui na seqüência de Atos 28, a confusão causada pelas diferentes formas de se abraçar a fé, espalha os cristãos e faz o Evangelho crescer.

O bom é inimigo do ótimo

Há no entanto um grande revez em Constantino para o Cristianismo. O que parecia uma excelente iniciativa (um golpe de gênio): institucionalizar a fé - é na verdade uma grande subversão. O código tem que ser livre e permanecer solto. A inconsistência de tal medida servirá como breque ao crescimento genuíno do Evangelho e será um duro golpe à sua vitalidade. Cessa o vigor do código aberto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário