segunda-feira, 11 de abril de 2011

O Status Científico da Parapsicologia ( 2ª parte )

Continuação da 1ª parte.


Dizer que a Parapsicologia estuda interações aparentemente extra-sensório-motoras, não significa dizer o que ela estuda. A definição negativa do objeto de estudo da Parapsicologia leva a problemas terminológicos, metodológicos e filosóficos. Tornou-se tradição referir-se aos fenômenos aparentemente extra-sensoriais como fenômenos de percepção extra-sensorial. Então, poder-se -ia perguntar: se não se trata de uma percepção sensorial, de que tipo de percepção se trata? Dizer que algo não é alguma coisa, não significa dizer o que de fato é. Como estudar algo que não se sabe o que é? Não conhecendo as variáveis que influenciam a produção dos fenômenos em questão, como controlá-las? Supondo que existam processos paranormais envolvidos na sua produção, a ciência estaria errada ou incompleta? Como sair dos aparentes impasses que elas implicam?
Antes de mais, seria importante saber de que maneira a Parapsicologia tenta responder a essas questões. Ela o faz utilizando a metodologia científica, levantando hipóteses e testando-as. A primeira pergunta que se tentou responder em Parapsicologia foi: essas experiências são realmente o que parecem ser? Realmente existem processos extra-sensório-motores? Para responder a essa pergunta foram realizadas milhares de séries experimentais com o objetivo de testar a variável independência dos sentidos conhecidos e dos músculos. Qual o resultado dessas pesquisas dirigidas à prova? Tais pesquisas -algumas das quais serão detalhadas mais adiante neste trabalho - apresentam dados suficientes para demonstrar que há evidências da existência da interação extra-motora.
Isto significa que os parapsicólogos acreditam em fenômenos como a transmissão de pensamento, a premonição, as casas mal-assombradas? O Dr. Richard Broughton, presidente da Parapsychological Association (1996), a mais importante instituição profissional que congrega parapsicólogos de todo o mundo, relata que foi entrevistado por um jornalista que lhe fez essa mesma pergunta. O Dr. Broughton respondeu: "Não, eu não acredito". E explica:

"Eu respondi e então olhei para o rosto do repórter que demonstrava uma familiar expressão de perplexidade. Claro que então eu tive que explicar ao surpreso repórter que eu considero a ‘crença’ como algo apropriado para assuntos ligados à fé, tais como questões religiosas, mas não para assuntos científicos. As crenças religiosas particulares requerem o que os teólogos chamariam de "arroubos de fé" porque não há evidências para sustentá-las. Como um cientista eu não tenho arroubos de fé em relação ao meu objeto de estudo. Eu estudo a evidência". (Broughton, 1991)

Essas evidências são suficientes para se constituir uma ciência dedicada ao seu estudo? Se não se sabe o que se está estudando, porque constituir uma ciência com a finalidade de estudar essas evidências? Em primeiro lugar, as evidências são suficientes e respeitam os parâmetros utilizados pelas demais ciências. Quando os físicos afirmam ter evidências da existência de uma nova partícula subatômica, é porque estão certos disso, já que, supõe-se, tomaram precauções para evitar que enganos ocorressem. Tais precauções são as mesmas empregadas pelos parapsicólogos. Se essas evidências existem, por que não investigá-las?

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