segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Macaw, um sequenciador Open-Source







MP3, OGG, AU, AIFF, SF2, WAV, CMC, MIDI, CMW, WBF, MF2, SCD, SND, VOC, XI, PAF, DEC, W64, MAT, PVF, HTK
Formatos de saída : basicamente o CMC ( que INFELIZMENTE NÃO É o mesmo formato usado nos sequenciadores Atari ), também podendo exportar para WAV, MP3 , OGG, AU, VOC, AIFF e ainda outros, através da biblioteca libSndFile.
Link para download:  MEDIAFIRE 


quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

A DITADURA DOS TOLERANTES - Ricardo Gondim

AVISO: este post não é deste blogger e foi escrito há +3 anos.

 Há algum tempo recebi o convite para participar de um programa de debates, recém iniciado pela MTV onde abordariam a questão do homossexualismo. Aceitei o convite com certa hesitação. Minha paixão pela polêmica, porém, me impediu de dizer não.

Nos bastidores, antes de ir ao ar, percebi que seria minoria mais uma vez (embora seja pentecostal e corintiano). Sentei-me à mesa, rodeado por um “drag queen” e uma ativa militante do movimento lésbico. Mal o programa começou e já se percebia claramente que ele visava uma apologia do homossexualismo (ou homossexualidade, como querem os politicamente corretos). Cada um dos mais de quinze painelistas se revezava em defender a prática homossexual como uma questão de preferência e não de ética.

Finalmente, a apresentadora do programa perguntou minha opinião. Pausadamente, procurando me esquivar da pecha de fundamentalista e homofóbico, expus o que penso ser um consenso do pensamento evangélico: “Cremos em um Deus criador e preservador de todo o universo. Ele, além de possuir pessoalidade, preocupa-se com a felicidade de toda a sua criação. Dele provém uma lei moral que fornece os parâmetros do comportamento humano e por ser exterior a nós, não se molda às nossas preferências.” “De acordo com essa lei moral,” continuei com o mesmo tom de voz, “nós evangélicos, entendemos o homossexualismo como um pecado, uma perversão moral.”

Bastaram essas palavras. O tempo fechou. Quase todos ao redor da mesa falavam, cada qual subindo um pouco seu tom de voz. Alguns, quase que descontrolados, proferiam palavrões. Sarcasticamente, confesso, perguntei: “Afinal de contas esse espaço não é plural? Por que não posso manifestar meu ponto de vista, assim como os senhores expõem os seus? Se vocês pregam a tolerância, porque tanta intolerância ao meu ponto de vista?” Meu sarcasmo não deu resultado. Cada vez que tentava falar, me abafavam aos gritos. A modernidade sempre se gabou de respeitar os diferentes.

Voltaire, arauto do Iluminismo, dizia: “Devemos tolerar-nos mutuamente, porque somos todos fracos, inconseqüentes, sujeitos à mutabilidade, ao erro. Um caniço vergado pelo vento sobre a lama porventura dirá ao caniço vizinho, vergado em sentido contrário: ‘Rasteja a meu modo, miserável, ou farei um requerimento para que te arranquem e te queimem’?”

 Por que mesmo anunciando o respeito à opinião do outro, a Modernidade patrocinou a Revolução Francesa? Por que o estado marxista promoveu o expurgo de Stalin? Por que na Alemanha, berço dos maiores filósofos e teólogos, aconteceu o Holocausto? Se a modernidade é tão tolerante com o diferente, por que tanta intolerância? Entendamos um pouco da Modernidade. Primeiro, ela valorizava o método.

A tolerância para com a razão, para a prova “irrefutável”, tornou-se desnecessária. Sponville afirma: “Quando a verdade é conhecida com certeza, a tolerância não tem objeto.” Ele e todos os filósofos da modernidade crêem que os cientistas necessitam não de tolerância, mas de liberdade. Os fatos, provenientes da observação empírica, impõem-se. Refutá-los é negar a razão. Como a ciência não depende de opiniões, ela não necessita de tolerância, mas de respeito. Depois, a Modernidade também é naturalista. Só trabalha com um sistema fechado em que matéria, energia, tempo e chance são as únicas variáveis consideradas. Portanto, verdade deve ficar contida nesses elementos.

Como filosofar, é pensar sem provas, e provar faz parte do paradigma da Modernidade, a filosofia (também a teologia) é tolerada desde que obedeça as regras da abordagem científica e naturalista. Nesse sistema, somente os céticos ao transcendente como Hume e Bultmann recebem qualquer reconhecimento. O resto é descartado como irrelevante. Terceiro, a Modernidade é universalista. Aceita que seus achados transcendem ao tempo e ao espaço.

Devido a essa visão é que a modernidade, de acordo com D. A Carlson, adotou a dialética Marxista da história, a teoria Hegeliana do espírito universal, a visão pós-Iluminista do progresso e a teologia liberal que aceita como factível apenas o que é julgado racional e “científico”. Aqueles que se recusarem à ditadura da Modernidade, são imediatamente rotulados: medievais, supersticiosos, reacionários.

 A tolerância da Modernidade se restringe aos limites impostos por ela; quem fugir deles percebe rapidamente sua intransigência. Mas, voltemos ao programa da MTV. Por que tanta intolerância à ética judeu-cristã? Por que tanto incômodo à cosmovisão religiosa? O problema reside nos pressupostos transcendentais. O cristianismo baseia-se na revelação de uma lei moral, outorgada por um Deus que não pode ser definido como parte de minha humanidade (humanismo), reduzido a uma energia (naturalismo / panteísmo ) ou mera projeção mítica (neurose freudiana).

 A premissa cristã que propõe a revelação do transcendente como um valor epistemológico, bate de frente com a modernidade. O cristão sabe que sabe por revelação. Pedro já asseverava no primeiro século: “Porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2 Pe 1.20).

Na Modernidade, a verdade religiosa não é factível, é questão de opinião. Nunca ninguém está absolutamente certo sobre os assuntos espirituais. Portanto, religião não pode participar do debate público; deve manter-se reduzida à arena dos juízos; não é demonstrável nem refutável. A revelação da lei moral de Deus, caso aceita, obrigaria as pessoas a obedecê-la, acabando com a noção de preferência. A Modernidade propõe que a lei moral seja uma construção humana, restrita à cultura e ao tempo de sua elaboração; caso aceitasse que provém de Deus, reconheceria que todos, em todas as épocas, deveriam obedecê-la.

 Sponville diz que uma ditadura imposta pela força é um despotismo; se ela se impõe pela ideologia, um totalitarismo. O problema da Modernidade é que, mesmo sem querer, vem se tornando cada dia mais déspota e totalitária. Não somente rechaça os valores da ética cristã, como tenta forçar seus pressupostos como únicas opções válidas, por serem cientificamente irrefutáveis.

O homossexualismo, por exemplo, é hoje discutido como uma questão de mutação do código genético, descartando a moral. Os militantes gays conseguiram manter o debate no nível “científico”. Nessa esfera, basta provar uma alteração nos genes e está tudo resolvido: O homossexual foi programado, na evolução, para agir daquele modo e não há como interferir em suas “preferências”. Mas o pleito homossexual é pequeno diante das implicações dessa forma de intolerância.

 Carlson propõe em seu livro The Gagging of God (O Amordaçar de Deus) que experimentamos uma nova espécie de intolerância. Em sociedades relativamente livres e abertas, a tolerância mais nobre é aquela exercitada para com as pessoas, mesmo quando se discorda de seus pontos de vista. “Essa robusta tolerância para com as pessoas, mesmo quando há forte desacordo às suas idéias, gera uma medida de civilidade no debate público, mesmo quando a discussão é apaixonada.” Para Carlson, o ocidente vive uma tolerância de idéias, não mais de pessoas.

 O resultado de se adotar esse novo tipo de tolerância é que há menos discussão dos méritos de idéias conflitantes, e menor civilidade. Há menos discussão porque a tolerância de idéias diversas, exige que evitemos criticar as pessoas por adotarem aquelas idéias. Assim, a Modernidade vai admitindo excentricidades, loucuras, e comportamentos bizarros. Ninguém tem o direito de dizer nada sobre o comportamento de ninguém. Só há problema quando qualquer idéia tenta provar sua superioridade sobre qualquer outra. Imediatamente, o mundo cai.

Exclusividade é intolerável na modernidade, principalmente no campo religioso. A palavra proselitismo (na sua concepção técnica) virou palavrão. Cada um na sua. Desde que você não se intrometa com o meu estilo de vida. Ninguém precisa mudar, pois todas as opções religiosas, morais, éticas, filosóficas são válidas, não porque sejam verdadeiras, mas porque todas são igualmente questionáveis. Voltaire dizia: “O que é tolerância? É o apanágio da humanidade. Somos todos feitos de fraquezas e erros; perdoemo-nos reciprocamente nossas tolices (grifo meu), é esta a primeira lei da natureza.” O resultado disso tudo é um mundo cada vez mais inconseqüente quanto à sua ética, cada vez mais secularizado e cada vez mais intolerante para com a fé cristã, que continua com um discurso exclusivista e proselitista.

 Saí do programa da MTV dizendo para mim mesmo. “Incrível como os liberais são fundamentalistas na defesa do seus posicionamentos. Intolerantes! Não aceitam, que seus pontos de vista sejam questionados por outros que pensam diferentemente. Talvez tenham medo de estar errados. ”

 Ricardo Gondim Rodrigues

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Sugestão de pauta para a [próxima] entrevista da Gabi com Malafaia





Com todo o respeito, aqui vai uma sugestão de pauta para a entrevista da Gabi com Malafaia


De: Manuela Barem manubarem@f451.com.br Para: mariliagabriela@gmail.commariliagabriela@hotmail.com mariliagabizinha@uol.com.br loirinha_1948@zipmail.commarilia_gabs@gmail.com mariliabaston@bol.com.br ouvidoria@mariliagabriela.com.br Data: Terça-feira, 5 de Fevereiro de 2013 17:51:30 Assunto: Sugestão de pauta para entrevista com Silas Malafaia
Gabi, não sei se este email vai chegar até você, e talvez eu esteja alguns dias atrasada. =( Mas eu vi o De Frente Com Gabi deste domingo e acho que você pode estar confusa com a reação das pessoas. Vi gente vibrando que você tinha sido brilhante com Silas Malafaia, por partir para o confronto, falar grosso e mostrar a fragilidade dos argumentos anti-gay dele – um vídeo de um geneticista que até te elogia viralizou hoje. Mas Gabi (posso te chamar de Gabi, né?), precisava daquilo lá? Cada resposta dele a perguntas pela metade (é irritante quando ele não deixa completar) geravam uma irritação e surpresa. Por que a surpresa?
Se você tivesse googlado meia dúzia de entrevistas antigas concedidas pelo pastor, talvez não tivesse ficado tão irritada. Eu sei que suas intenções foram as melhores e que você se esforçou para que tudo corresse bem. Mas, convenhamos, ele é eloquente, e sabe defender suas opiniões muito bem, já que atua como pastor e apresentador de TV há mais de 30 anos. Você teve tempo de ler aquela matéria grande saiu na Piauí há um ano e meio? Tinha algumas aspas ótimas pra você começar a conversa e se prevenir, o cara tem várias frases de efeito prontas. Você passou uns bons 10 minutos, no início, batendo na tecla de que “igreja é pra roubar dinheiro de otário”. O que ele disse na época:
“Então, quer dizer que eu tomo dinheiro há vinte anos dos pobres coitados e nenhum deles reclama? O cara lá do raio que o parta me dá 10 mil contos porque ele é um burro e eu sou um fera, porque ele é ingênuo e eu fiz lavagem cerebral nele?”, protestou, enquanto conferia a gola no espelho. “Isso é preconceito da elite, que acha que todo evangélico é tapado, idiota, a ralé da classe social explorada por um malandro. O cara dá oferta porque ele sabe onde eu invisto a grana dele, porque ele confia no trabalho que fazemos aqui e não quer que ele acabe.”
Seria difícil ganhar ali, e encher a boca e perguntar pausadamente, balançando a cabeça, “abrir igreja é um bom negócio?” não ia dar certo. Depois, questionar sua crença certamente não era o caminho mais fácil e, desculpa dizer isso, mas você pareceu bastante intolerante com a religião algumas vezes. Era porque você estava irritada, eu sei. Mas era só você pesquisar um pouquinho mais, ver as centenas de entrevistas que Malafaia já deu. Você poderia questionar certas incoerências do discurso dele, como sua postura contra a lei antihomofobia e ainda falar do futuro dos evangélicos na política, só para citar alguns exemplos.
Então, há um boato aí que estão preparando o round 2. Deu bastante Ibope e mesmo que você tenha dito ao Stycer que não está muito a fim, o Sílvio vai te ligar amanhã e falar pra você entrevistar o homem de novo. “Faltou falar de aborto”, ele vai dizer. Mas tem mais coisa. Aqui vão minhas sugestões:
  • Quando ele disser que “ninguém nasce gay”, você pode falar para ele que não adianta discutir algo que a ciência ainda não comprovou totalmente, ainda que existam estudos sobre gêmeos idênticos, como os apresentados pelo geneticista que bombou hoje nas redes sociais, e outros como este que fala sobre divisão celular. Na verdade, é melhor você evitar este assunto, porque ele tem muito argumento para discutí-lo – o Malafaia deu trabalho até ao Toni Reis, presidente da ALGBT1, armado de mil estudos. Você pode finalizar esta polêmica que ele adora lembrando que o que a igreja considera ou não pecado não tem a ver com o que é “natural” aos seres humanos, como lembra Carlos Orsi neste artigo. Ou seja, essa discussão é relativa, já que religião não tem a ver com ciência. Pule pro próximo assunto.
  • Quando ele disser “Nenhuma verdade científica da Bíblia foi derrubada” você pode apenas fazer uma cara de “han???” e dizer que não caberiam todos os animais do mundo em uma arca, por exemplo (não sei quantos animais eram ou qual o tamanho da arca. Deve haver algo sobre isso no Yahoo Respostas).
  • Gabi, querida, quando ele disse que “quer influenciar na política” (tava acabando o tempo, eu sei), você poderia ter feito várias perguntas interessantes. Tipo:
    • O senhor disse nessa entrevista à revista Piauí em 2011 que não tem interesse em se candidatar a um cargo político, mas participa ativamente do cenário das eleições, como na última eleição quando apoiou o candidato José Serra à Prefeitura de São Paulo. Qual o interesse do senhor na política?
    • Aliás, o senhor se dizia brizolista, mas também já disse que votou no ex-presidente Lula, anunciou apoio à Marina nas últimas eleições para presidente e depois mudou para o candidato Serra. Afinal, que ideologia política o senhor segue? O que norteiam suas escolhas?
    • Durante as eleições, o candidato José Serra supostamente se irritou quando foi questionado sobre seu apoio à candidatura dele. O que o senhor pensa disso? Você acha que seu apoio “queima o filme”?
    • Nas últimas eleições para a Prefeitura de São Paulo, houve o “fenômeno Russomano” que diziam ser uma aposta da comunidade evangélica, mas que no final não deu certo. Para o senhor, qual seria a nova aposta política entre os evangélicos? Por que Russomano perdeu apoio?
Dá pra ir adiante na questão política, ele é amigo do governador Cabral e pode soltar várias pérolas, só apertar. Mas fora estas perguntas que poderiam se encaixar no programa de domingo, eu também sugeriria:
  • O senhor tem mais de 100 livros publicados, lançando uma média de quatro livros ao ano. É verdade que o senhor tem um ghost writer que escreve com base nas suas melhores frases ditas em cultos e palestras? Os evangélicos acreditam em ghost writer? (Gabi, esta é para você quebrar um pouco o gelo com ele)
  • O senhor é rival do pastor Edir Macedo? Quais são suas críticas à ele? Você disse que a “Igreja Universal é um hospital”. Como é isso? (O Sílvio vai adorar se você colocar a Record no meio)
  • Desde que o senhor começou, nos anos 90, esse cenário mudou? Qual é o futuro dos programas evangélicos nas TVs brasileiras? (Aproveita e dá uma cutucada: por que ele não compra um canal de TV, como o Valdemiro Santiago?)
  • Falando nisso, como funcionam as negociações com as emissoras de TV para a compra de um espaço para um programa religioso? O senhor já tentou emplacar algum programa em um horário que não fosse durante a programação da madrugada de uma emissora?
  • (Essa é para o caso o Silvio Santos concorde em falar da Globo:) A Rede Globo tem se aproximado dos líderes evangélicos? É verdade que o senhor já esteve com João Roberto Marinho, vice-presidente das organizações Globo em 2011 e neste ano com Amauri Soares, o coordenador de projetos especiais da Rede Globo em um almoço neste ano, assim como informa esta reportagem de janeiro? O senhor pode contar o que aconteceu nestes encontros e quais os interesses da emissora com relação ao trabalho do senhor e a comunidade evangélica?
Se você não tiver mais ideias, assiste esse vídeo aqui, ele fica mais de duas horas respondendo todo tipo de pergunta. Enfim, Gabi, eu podia sugerir outras coisas, outros artigos, mas a questão é: dá pra ir mais longe. Ficar nessa de dizer que “é um absurdo”, reduzir a questão a “comparou gay com assassino” não vai melhorar o debate.
Você pode confirmar pra mim o recebimento desse email? Obrigada.
Beijo,


NOTA MISERAVELMENTE BEM-HUMORADA DESTE BLOGGER:

Um twit vale por mil posts...

Sinceramente, me divertindo muito com esse dramalhão...